quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Crónicas de uma nova vida.

 A minha nova vida. Bem, o ano de 2015 foi inteiro de surpresas. Começando numa loja de roupa e acabando o ano na faculdade. Sim. Faculdade. Eu sei (mas tu tens 24 anos, porque raio foste para a faculdade????) Sabem aquelas vidas que viram 360º num só ano? Sim essa foi a minha. Vou contar-vos tudinho. A minha vida só têm três formas. Escolhas. Formas. Caminhos.
 A minha experiência a um nível fora do design, começou num café e passou por lojas inclusive. Desde a Massimo Dutti á Urban Project. Foi uma muito boa experiência, superei 
muitos aspectos a nível pessoal e não só. Sofri. Sim, uma vendedora sofre. Não somos seres sem sentimentos que apenas fazem cenas mecanicamente e de forma organizada numa loja, onde aparece tudo miraculosamente direito. Não. Acredita que não. Por detrás de uma loja, existem designers. Existe planeamento. Existe rigor. Existe objectivos. Existe um propósito. Existe design. Existe designers de interiores, designers de moda, vitrinistas, etc. Existem entidades que tornam o sonho realidade. 

 Isso sempre foi algo que me fascinou. Design. Sonhar e Concretizar. 
Ter uma ideia e fazer acontecer. Tornar realidade. 

 Mas voltando ao que interessa. Este post é para falar sobre a minha nova vida. 
Agora estou na faculdade com 24 anos, sim (get over it) no curso de comunicação na ESAD Matosinhos. Diretamente de Braga para a Invicta. 
 Tenho muito orgulho na faculdade que represento e em mim, por conseguir ultrapassar todos os obstáculos e conseguir entrar na faculdade que queria já há 6 anos atrás. Foi um sonho tornado realidade, e acreditem que corresponde a todas as expectativas. Como designer, não existe melhor. Estou a adorar tudo, o curso, as disciplinas, os colegas, os professores. Estamos todos lá por um motivo. Pelo design. Só isso vale milhões. Estar num espaço em que todos temos o mesmo objectivo e todos queremos alcançar o melhor. O melhor do melhor. "O melhor design" ou um melhor design, buscando soluções para problemas e comunicando novas ideias todos os santos dias. Só por si, a faculdade é algo com muita responsabilidade, ter a destreza e a habilidade de chegar a tempo a tudo e conseguir programar uma agenda em que tudo na tua vida têm de ser quase esquematizado para não falhar nada é algo que ás vezes é desgastante. Acreditem, eu não era uma pessoa organizada mas a faculdade obriga a ser. Quer queiras ou não. Deadlines e criações andam de mãos dadas. (get that). Lá na faculdade o que interessa é o que fazes e não o que és, ou de onde vens, ou se és filha de xpto. Só por isso já dou imenso valor. 
Como a minha professora de fundamentos me diz : Deadlines. Deadlines são tipos que te perseguem a vida toda. E diz-me também "Experimenta" Se não fizeres não sabes se resulta, a ideia pode ser genial e o resultado catastrófico. (Sim é verdade. Por mais irritante que seja ouvir um "experimenta" e não te dizer o caminho por qual seguir. (*)Porque tu vais bater com a cabeça e aprender por ti próprio que as tuas ações têm consequências. Umas vezes corre tudo maravilhosamente bem á primeira (pure luck ou bons instintos) e outras vezes é por tentativa/erro e depois de um processo que te demorou 500 horas a fazer, consegues o resultado. 

(*)...Sim lá no fundinho do fundindo eu sei que é verdade, mas admitir isso em voz alta já é outra questão.)

Outra questão agora ... Provavelmente toda a tua vida, tiveste aquele teu colega de turma que tirava 100% ou 20 a tudo e que estão sempre na fila da frente e que sabem tudo na ponta da lingua e que são os preferidos dos professores e dados como exemplo, são os "seres perfeitos" supostamente. Bem... Eu nunca fui uma aluna exemplar. Só por aí esses alunos irritavam-me e achava que eles não tinham vida, basicamente (pretty much true). Mas hoje tenho uma opinião diferente. Os nerds como a sociedade gosta de chamar a esse tipo de indivíduos, também falham e são seres mais frágeis do que pensas. Eu era daquelas pessoas que preferia ter um bom relacionamento com os colegas do que propriamente com os estudos, mas nunca tive uma vida muito boémia. Mas sempre fui interessada, persistente, gostava de aprender coisas novas, adquirir novos conhecimentos e se tu olhasses para mim dirias que a minha vida era perfeita. #Sóquenão.
Com o tempo percebes que as coisas nem sempre são o que parecem. Não acreditarias se eu te dissesse que só à 3ª tentativa acertei no curso que queria seguir, depois de testes psicotécnicos que eram ambíguos .. uns diziam artes outros ciências. Estive para ir para veterinária, ou designer de moda para perceberes o ponto de situação. 
Depois de me ter "dês-inscrito" em ciências em Braga e seguir a vertente Moda na escola profissional Cenatex em Guimarães, foi em moda que percebi que queria ser designer. Mas apesar de achar que na altura estava a fazer a opção certa e que era o caminho certo e era isso que queria fazer para toda a vida.. não foi bem assim. Depois de trabalhar 5 anos nessa área, percebi que a moda é efêmera e o nosso sucesso depende de outras pessoas, isto é, dependemos da opinião de outras pessoas para fazer algo para essas pessoas, baseadas na nossa opinião sobre essas pessoas, e no que elas querem. Enfim. Eu quando acabei o curso tinha uma opinião sobre moda e acabei por me iludir e achar que era muito avant-guard, mas no final de contas o que interessa é vendas. Vender uma ideia bonita e que a maioria das pessoas goste. (Like it or not, it's true).(Beauty+new+fresh+majority+sales= sucess)

Contudo sempre achei que no fundo não sabia tudo. Existia um vazio que necessitava de ser preenchido. A busca pela perfeição começa. 
Depois de um background em moda, percebi que ser designer era algo que queria. Criar uma ideia e transpor para papel até solucionar um problema e tornar realidade. Moda é e sempre será uma paixão minha. Deu-me um background muito bom em design. 
Padrões, termos estilísticos, estampados, proporções, escalas, perceber o que os outros querem e fazer disso design, criar uma ideia, o peso, a gramagem, o qb, etc.
Depois de trabalhar em moda e acabar por sair da Urban Project, percebi que depois de a minha mãe me chatear com o "Tens de ir para a faculdade". Não tinha muitas opções. Ou trabalhava ou ia para a faculdade. 

E assim foi, cansada de escolher caminhos errados, decidi vir para a faculdade, um caminho certo.
Comecei uma nova vida. Inscrevi-me na Faculdade nos +23. Fiz os exames de admissão. Estudei afincadamente. Consegui entrar com a melhor média. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Isso e ter a carta de condução. Conseguir alcançar algo que queria à muito tempo e com distinção. Nunca esquecerei. Entretanto enquanto isso tudo acontecia, conheci uma das pessoas mais importantes para mim, a Patrícia. Uma das minhas melhores amigas, começou no dia das entrevistas e espero que nunca mais acabe a nossa amizade. Sou uma sortuda por te ter na minha vida. Obrigada por tudo. 
Mas isto tudo para dizer (CONCLUSÃO) que é incrível como a paixão e o gosto pelas coisas condiciona tudo. Bastou um curso universitário. Uma nova casa. Novas pessoas. 
Um dia ganhei coragem, decidi o melhor para mim, e foi assim que tudo mudou. Falei com 
os meus pais, fiz as malas e fui morar para uma cidade nova. Tive de aprender a morar sozinha, a fazer tudo sozinha e comecei tudo do zero.
Ao início foi assustador, faculdade, não conhecia ninguém naquela cidade para além do caminho casa-escola e as dúvidas na minha cabeça eram imensas, "seria desta que as coisas iriam resultar?","será que algum dia me iria sentir desafiada e feliz e realizada?", será que existiria um curso ou algo que me ajudasse na minha busca pela perfeição?"
Existiria um curso feito á minha medida?

Hoje digo-te com imenso orgulho e com um sorriso rasgado que ter passado por isto tudo na minha vida até chegar onde estou hoje foi a melhor experiência da minha vida. Ter tido 
estes entraves e dificuldades fez-me crescer e ser a pessoa que sou hoje graças a isso. 
Perceber que nem tudo é um mar de rosas. Que nem sempre as coisas podem ser perfeitas, que nem sempre conseguimos vencer à primeira mas o importante é não desistirmos de nós próprios. A nossa força interior não têm limites. Acredita. Desistir é uma 
acção voluntária e fácil, mas persistir após inúmeras quedas é apenas para os heróis. Se passaste ou estás a passar por uma situação semelhante á minha, não queiras ser um desistente, não baixes os braços á tua vida, ao teu futuro. Sê o herói da tua própria história de vida. Acredita. 
Eu cheguei a pensar que nunca haveria de encontrar um curso perfeito para mim, mas hoje 
posso dizer-te que já o encontrei. Sou a miúda nerd, a que está atenta a todos os pormenores, que fica na faculdade depois das aulas, que discute design de várias formas com toda a gente que a rodeia. Que respira design. Que adora aquilo que faz. Encontrei o meu verdadeiro eu. Sou feliz finalmente. Sinto-me realizada. 

Muitas pessoas sabem onde estou mas não sabem quem eu sou nem o que tive de fazer para aqui chegar. É muito fácil julgar as pessoas pela aparência, mas o carácter de uma pessoa não se vê pela aparência, mas sim pelos seus actos. Muitas pessoas dificilmente 
acreditariam que passei por isto tudo antes de recuperar o meu perdido eu. O meu verdadeiro eu. Nunca te esqueças que não há pessoas perfeitas e que nem sempre as coisas são o que parecem. Não excluas nenhuma possibilidade, dá uma oportunidade a ti mesma e aos outros e verás as coisas incríveis que serás capaz de concretizar. 


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